Tite não dá mais no Corinthians. Acredito que essa seja uma frase que pouquíssimos discutirão. E exatamente por isso, perigosa. Se tornou lugar comum, senso comum, e é portanto lema de ordem de alguns grupos políticos com interesses escrotos dentro do Corinthians, que terá eleições no final deste ano.
Se paramos para analisar, Tite é só a cabeça mais fácil de cortar. Está lá, todos os dias aparecendo, dando a cara a tapa, e assumindo as consequências. Gostaria de saber quanto tempo duraria Duílio Monteiro Alves, sujeito que muitos torcedores sequer reconheceriam o gosto. O presidente do clube, gostaria de saber quando ele assumiria que é ele quem leva jogadores como Chicão, líder da igrejinha formada no elenco. Sim, o presidente. O mesmo que levou Ronaldo em 2009, às vésperas de uma partida contra o Palmeiras, que culminou com a saída de Antônio Carlos.
E nem é necessário falar dos problemas de uma igrejinha. O Corinthians teve, entre 1998 e 2001, o melhor time do Brasil. Até que se formou a igreja do Ricardinho contra a igreja do Marcelinho. Perdemos os jogadores e os campeonatos. A meu humilde ver, foi ali que começou a lenta e tenebrosa queda pra Segunda Divisão.
Além disso, quem reclama apenas de Tite não percebe a falta de comprometimento e de vontade do elenco. Como disse meu amigo, a quem admiro muito, Guilherme Pappi, os jogadores desse elenco quase não ganharam títulos, e não demonstram a menor vontade de ganhar um agora. Os mais vencedores no time titular são Alessandro, Chicão, Jorge Henrique e Emerson, sendo que apenas o Sheik conquistou título antes de chegar ao Corinthians. Os mesmos campeões invictos do Paulista de 2009 e da Copa do Brasil de Ronaldo, são hoje criticados, com razão, pela torcida, por saírem pra baladas e casas de tolerância com o presidente.
As eleições são no final do ano. Tite tem que sair. Mas, e os outros? Até a próxima.